Irritação, insônia, falta de motivação, cansaço e negatividade são alguns dos sintomas, que também incluem problemas físicos, como dores e imunodeficiência
A vida moderna está cada vez mais acelerada, apesar do alerta dos especialistas de que isso é um perigo para a saúde física e mental. Sem tempo para descansar, praticar exercícios físicos e conviver com quem importa, cresce o número de diagnósticos de transtornos psicológicos em todo o mundo.
A Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, ganhou atenção nesse momento, especialmente porque teve um crescimento expressivo durante a pandemia. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que essa é uma das doenças do século.
Faz sentido. Todos precisamos nos isolar, mas a principal causa do Burnout, o trabalho, se adaptou e continuou. Isolados em casa, em meio a um momento de luto coletivo e lidando com as novidades impostas pelas inúmeras mudanças de hábitos, continuamos sendo cobrados para ser produtivos.
Não tinha como isso “dar certo”. E não deu. O termo Burnout vem da junção de duas palavras em inglês: burn (queimar) e out (fora). Faz referência a uma “explosão”, aquele momento em que as pessoas que estão sobrecarregadas e experimentando momentos de estresse diariamente têm um “surto”.
Diagnóstico e sintomas
O Burnout costuma começar com sinais que podem ser facilmente confundidos com depressão, ansiedade ou simplesmente estresse, o que faz com que seja fundamental para o diagnóstico entender a rotina daquele paciente e as condições de trabalho (ou estudo) às quais ele está submetido.
Segundo a OMS, o Burnout costuma se apresentar em três dimensões: a exaustão (aparente cansaço físico e mental), o cinismo (indiferença e desprezo em relação às obrigações, operando no “automático”) e a consequente redução da eficácia profissional (perda de produtividade).
Somadas a essas dimensões, aparece uma lista extensa de sintomas:
- Insônia e pouca qualidade do sono;
- Irritação constante e episódios de agressividade;
- Cansaço;
- Dores musculares e de cabeça;
- Perda de apetite;
- Desânimo e tristeza constante;
- Falta de motivação para fazer atividades que antes eram satisfatórias;
- Alterações no ciclo menstrual;
- Ideações suicidas;
- Dificuldade de concentração;
- Disfunção sexual;
- Problemas cardiovasculares;
- Problemas respiratórios;
- Agravamento de quadros de alergia crônica;
- Pressão alta;
- Imunodeficiênica.
Esses sinais não costumam aparecer sozinhos e, sem mudanças na rotina e ajuda profissional, tendem a ir agregando outros com o tempo. Vários estudos demonstram que o isolamento social é um agravante. O problema é que, pessoas com Burnout, tendem a se isolar cada vez mais, pois estão exaustas.
Tratamento e prevenção
Alguns medicamentos, assim como acompanhamento terapêutico, podem fazer parte do tratamento e são ferramentas importantes para ajudar o paciente a sair de um quadro crítico de Burnout. Praticar exercícios físicos e se engajar em atividades como meditação ou yoga, são outras recomendações.
No curto prazo, é muito indicado que a pessoa com quadro de Burnout faça uma pausa, tirando uma licença ou férias. Mesmo assim, pensando no longo prazo, é preciso voltar o olhar para a raíz do problema, ou seja, as circunstâncias e excessos que desencadearam a Síndrome.
Não estamos falando que todo mundo que tem Burnout precisa pedir demissão e mudar de emprego, mas algo nessa relação deve ser alterada. Pode ser o caso, por exemplo, de aprender a delegar algumas funções, diminuindo a sobrecarga.
Em outros casos, uma boa conversa com o chefe pode ajudar. Afinal, como os sintomas do Burnout acabam acarretando em perda de produtividade, muitas empresas já perceberam que é vantajoso para elas cuidar de seus colaboradores — satisfeitos, eles rendem mais.
O melhor tratamento, porém, é sempre a prevenção. Ou seja, não só quem já sofreu com Burnout, mas todo mundo que trabalha, deve garantir momentos de pausa e horas de lazer. Nem sempre isso é possível, mas, sempre que for, o ideal é prezar pelo seu descanso no lugar das horas extras.
Além disso, todos devem manter uma rotina de exercícios físicos e de cuidados com a saúde mental (como terapia). Evitar o consumo de álcool e drogas estimulantes é outro cuidado importante. No mais, escute seu corpo, ele dá sinais!
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